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INVESTIMENTOS
Analistas comentam combo tributário de Paulo Guedes para investimentos.
TRECHO DA ENTREVISTA PUBLICADA EM 31/05/2021 NO PORTAL E-INVESTIDOR DO JORNAL ESTADÃO
Uma das principais promessas de governo Jair Bolsonaro pode estar, finalmente, em vias de sair do papel. De acordo com o ministro da economia Paulo Guedes, a aprovação da tão aguardada reforma tributária deverá acontecer nos próximos seis meses, como foi antecipado pelo Estadão.
Entre as mudanças tributárias que deverão ser propostas, uma fatia tem impacto direto no mercado financeiro. Produtos financeiros relacionados ao agronegócio e empreendimentos mobiliários, atualmente isentos de imposto de renda, podem passar a ser tributados.
É o caso dos LCIs e LCAs (letras de crédito imobiliário e agrícola) e os CRIs e CRAs (certificados de recebíveis imobiliários e agrícolas), aplicações que ajudam a financiar esses setores da economia.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulos, o ministro afirmou que os dividendos também deverão ser tributados em 20%. Já os Juros Sobre Capital Próprio (JCP), que são repassados aos acionistas, devem ser extintos – em contrapartida, o imposto para pessoa jurídica deve ser reduzido de 25% para 20%.
Por último, a cobrança de IR para renda fixa deve ficar nivelada em 15%. Hoje, o sistema é regressivo e as alíquotas caem de 22,5%, taxa mais alta, para 15%, menor taxa, conforme o prazo de resgate. A nova regra afetaria as aplicações em Tesouro, fundos de renda fixa, debêntures, Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letra Financeira (LF) e Letra de Câmbio (LC).
O combo tributário para investimentos ainda teria um imposto sobre transações financeiras, aos moldes da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Porém, com a resistência pública a essa tributação, que ficou conhecida como ‘imposto maldito’ nos anos 90, Guedes teria decidido deixar o tópico fora do texto.
Para esclarecer como o mercado enxerga o ‘pacote tributário’ de Guedes, o E-Investidor conversou com analistas do mercado financeiro e especialistas em tributação, que apresentaram opiniões divergentes sobre o tema.
“É um pacote de maldades”, diz José Messias Teodoro, consultor tributário.
“Se for o melhor para a sociedade, que se abra mão das isenções de IR para esses investimentos”, afirma Juan Espinhel, especialista da Ivest Consultoria.
Além de Teodoro e Espinhel, foram ouvidos o Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, Ubirajara Rocha, sócio e diretor da Fortesec, além de Flavio Conde e Rodrigo Natali, especialistas da Inversa Publicações.
NOSSA OPINIÃO
Tributação de LCIs, LCAs, CRIs e CRAs
Teodoro – “É um pacote de maldades, se for aprovado. Até porque se o Paulo Guedes tira imposto da renda fixa, ele vai tributar os rendimentos isentos. O LCI, LCA, CRIs, CRAs, tudo isso que era isento. Ele vai avançar em uma poupança do pequeno investidor, vai desestimular essas aplicações.
Nós estamos falando no campo de tributação das pessoas físicas. Quem vai aplicar em LCI e LCA, não o faz em grandes volumes. Lógico que quem será atingido são os pequenos investidores. É o seguinte, isso aí é um discurso que posa de liberalismo econômico, mas que na verdade é puro intervencionismo na economia. Isso é um falso discurso, não pode dar certo.
Estamos vendo, aos poucos, que as medidas do Governo estão nos conduzindo ao precipício”
Veja a repercussão completa dos analistas sobre cada tópico no link abaixo:
https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/reforma-tributaria-paulo-guedes-investimentos